Foge de mim um tempo que escasseia
Na dormência inacabada do sentir
Apetece-me ao vento pedir boleia
Tentando alcançar esse tempo a advir
Aquele que acontece na calmaria
Das tardes de verão, quando apetece ir
Ao encontro dos olhos, viajar na magia
De sensações encobertas a provir
Mas foge de mim um tempo cru e incerto
Nada sei de mim e de ti ao concreto
Apenas que a areia desliza na ampulheta
E eu, perco o sentir, ou perco-me de ti
Perco o sentido, dou por mim estou ali
No aperto a que o tempo me sujeita
Feliz 2011
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Olhares
O corpo corre apressado
O dia ainda vai alto
Corre de alma trespassada
Pela chuva ou pela geada
Por murmúrios em espalhafato
Movem-se queixas ao desbarato
Das costas doridas, cansadas
Dos pés e das pernas pesadas
Assim é a lide no campo
Os ossos gemem com mágoa
Parecem mesa sem tampo
Fonte com falta de água
E eu, olho de lado.
Caminho em passo contado
Encolho os ombros, não vejo
As gentes do vilarejo
Que labutam dia e noite
Talvez um dia me afoite
E lhe ofereça um sorriso
Agora, falta-me o siso
E finjo, não estou nem aí
Espera, aquele velho sorri
Leu-me o pensamento
Olho para ele sem jeito
Menina repare é o vento
Que encana no seu peito
Esta é que não entendo.
Pois olhe fique sabendo
Tenho mais o que fazer
Diz-me o velho, foi um prazer
Trocarmos duas palavras
Olhares são como travessas
De cadeiras desengonçadas
Mas olhe que na cidade
Eu perdi a mocidade
Voltei e aqui encontrei
Na azafama sem ter tempo
O tempo que desperdicei
Em horas de contratempo
Segui caminho a direito.
Pensando se será defeito
Não olharmos as gentes simples
Como canteiros de fores
Algo não está igual
Não sei descortinar o mal
As costas me doem estafadas
As pernas ficaram pesadas
A alma enegreceu
No rosto uma lágrima correu
Um dia nasci no campo
Um dia também labutei
E hoje desconheço o pranto
Das terras que então pisei.
O dia ainda vai alto
Corre de alma trespassada
Pela chuva ou pela geada
Por murmúrios em espalhafato
Movem-se queixas ao desbarato
Das costas doridas, cansadas
Dos pés e das pernas pesadas
Assim é a lide no campo
Os ossos gemem com mágoa
Parecem mesa sem tampo
Fonte com falta de água
E eu, olho de lado.
Caminho em passo contado
Encolho os ombros, não vejo
As gentes do vilarejo
Que labutam dia e noite
Talvez um dia me afoite
E lhe ofereça um sorriso
Agora, falta-me o siso
E finjo, não estou nem aí
Espera, aquele velho sorri
Leu-me o pensamento
Olho para ele sem jeito
Menina repare é o vento
Que encana no seu peito
Esta é que não entendo.
Pois olhe fique sabendo
Tenho mais o que fazer
Diz-me o velho, foi um prazer
Trocarmos duas palavras
Olhares são como travessas
De cadeiras desengonçadas
Mas olhe que na cidade
Eu perdi a mocidade
Voltei e aqui encontrei
Na azafama sem ter tempo
O tempo que desperdicei
Em horas de contratempo
Segui caminho a direito.
Pensando se será defeito
Não olharmos as gentes simples
Como canteiros de fores
Algo não está igual
Não sei descortinar o mal
As costas me doem estafadas
As pernas ficaram pesadas
A alma enegreceu
No rosto uma lágrima correu
Um dia nasci no campo
Um dia também labutei
E hoje desconheço o pranto
Das terras que então pisei.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Mensagem de Natal
O natal do meu sentir
É um ninho cheio de ovos
Muitas estrelas a fulgir
Na vida caminhos novos
São milhares de pombas brancas
Papoilas vermelhas, paixão
É a tua e a minha mão
Mostrando as palmas abertas
Por onde deslizam dádivas
Que vão desaguar no mundo
Aconchego num segundo
Ao menino que nasceu
E logo de frio tremeu
O Natal é como um espelho
Que a nossa imagem reflecte
Quem dera que ele projecte
As flores que te quero dar
Ombro amigo para reconfortar
Um pouco de atenção
Também quero dar-te a mão
Num desejo de Natal
Muita paz e amor igual
Ao que Maria aclamou
Quero dar-te a manjedoura
Onde o menino nasceu
Jaz nela uma estrela vindoura
Para iluminar o teu céu.
Feliz Natal
É um ninho cheio de ovos
Muitas estrelas a fulgir
Na vida caminhos novos
São milhares de pombas brancas
Papoilas vermelhas, paixão
É a tua e a minha mão
Mostrando as palmas abertas
Por onde deslizam dádivas
Que vão desaguar no mundo
Aconchego num segundo
Ao menino que nasceu
E logo de frio tremeu
O Natal é como um espelho
Que a nossa imagem reflecte
Quem dera que ele projecte
As flores que te quero dar
Ombro amigo para reconfortar
Um pouco de atenção
Também quero dar-te a mão
Num desejo de Natal
Muita paz e amor igual
Ao que Maria aclamou
Quero dar-te a manjedoura
Onde o menino nasceu
Jaz nela uma estrela vindoura
Para iluminar o teu céu.
Feliz Natal
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Dó...
Sinto uma frieza medonha
Que me tolhe os músculos
Cansados por noites de insónia
Ao olhar é irrisória
É sentir pobre e minúsculo
Este frio que me corrói, e se entranha
Como pó por entre frestas
Acumula-se entre gavetas
Entre memórias vadias
É feio como estrias
Em peles pelo sol queimadas
Emoções aniquiladas
Este frio bafiento
Entra na mente e vagueia
Por um tempo que já é ido
O sussurro de um gemido
Solta-se na noite e incendeia
O meu recordar lento
Trespassado pelo pó
Que entrou e me achou só
Remoendo o meu viver
No frio do amanhecer
Das noites que não tem dó
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Preciso de um ombro
Preciso de um ombro onde possa chorar
Sem apontar dedos ocos
Aconchegar-me mesmo que dê pouco
De mim, nada tenho a não ser o meu sonhar
Preciso de um ombro pela noitinha
Quando caí a aragem fresca
Enregela-me os ossos, tão fina aresta
Tem uma moldura vazia
Preciso de um ombro que me ampare ao cair
São tantas as quedas de uma vida desgarrada
Preciso de um sorriso alargado, na madrugada
Quando o silêncio faz imenso barulho, sem latir
Morde pela calada deixando aberta a ferida
No corpo cansado, ao qual o descanso abala
Preciso de um ombro em forma de pétala
De uma flor perfumada, que me perfume a vida.
Preciso de um ombro, e quem não precisa
De um porto seguro onde desaguar
Caminhar lado a lado, num leve passear
Que seque nossos olhos, se uma lágrima desliza
Sem apontar dedos ocos
Aconchegar-me mesmo que dê pouco
De mim, nada tenho a não ser o meu sonhar
Preciso de um ombro pela noitinha
Quando caí a aragem fresca
Enregela-me os ossos, tão fina aresta
Tem uma moldura vazia
Preciso de um ombro que me ampare ao cair
São tantas as quedas de uma vida desgarrada
Preciso de um sorriso alargado, na madrugada
Quando o silêncio faz imenso barulho, sem latir
Morde pela calada deixando aberta a ferida
No corpo cansado, ao qual o descanso abala
Preciso de um ombro em forma de pétala
De uma flor perfumada, que me perfume a vida.
Preciso de um ombro, e quem não precisa
De um porto seguro onde desaguar
Caminhar lado a lado, num leve passear
Que seque nossos olhos, se uma lágrima desliza
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
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