Se percebesse como o grito que retraio
No fundo da garganta desgastada
Se disfarça de malandro e catraio
Nas horas em que me sinto agoniada
Por um não sê quê que tolhe mas que raio
Para a frente ou p`ra trás é a vida atribulada
Parece relâmpago deslizando em pára raio
Juro por deus que às vezes estou esgotada
Assim busco e não entendo, a estranheza
Na minha ladainha cedida simplesmente
Ao que vejo, ao que sinto, a correnteza
Se assemelha à noção que flutua inocente
Num lago sem peixes de sonho e leveza
Abafado a medo num carma delirante.