Vesti um vestido de chita e nos pés
calcei a vastidão e a cor das planícies.
Mas quem sou, afinal? Serei gente,
campo, ou o ar que vagueia, devagar...
Sou pedinte em terra alheia, cão de guarda!...
Sou a estrada em que passeia a ilusão.
Campanário ao por do sol, a maresia.
Dos dias de Maio.
Sou mulher…. Irrequieta!
Até quando quieta!
Frustração, contradição e até amor,
quando a dor se sobrepõe ao coração.
Sou riacho e sou palavra.
Sou a safra em poesia, sou vazia!...
De emoções.
Contradições em dia não.
Se até o não é paixão!
Vesti um vestido de chita amarela.
Na bainha desenhei uma caravela,
e no decote despido de cor;
o clamor do por do sol!
Amanhã calçarei uns sapatos cor de terra.
Seguirei por aí sem norte!...
Para trás fica a sombra do fim de tarde.
Nos olhos ficam os pingos de chuva.
E no pensamento o vazio dos dias frios,
será lençol.
Estranha maneira de estar,
de ver ou de sentir.
Sou poeta e sei mentir.
Agora: adivinho esse olhar,
e aquilo em que está a pensar…
Enquanto… Começo a rir!...
Dois e dois são três.
Vê… Brinco com a palavra.
Mas que safra… Sem pés nem cabeça.
E tu…. Lês!
Lês em viés o meu pensamento.
que a qualquer momento,
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