domingo, 19 de junho de 2011

Dança

Voam as aves no céu plano, rodopiam sem sentido
Ao meu olhar surpreso pela dança cativa
Voam, voam, levam presas nas asas um gemido
Que o vento solta pasmado enquanto alicia

As aves que dançam sem ilusão ou vanglória
 Dançar é o seu mundo assim o entendo
E tento a todo o custo imitar, inglória
A minha dança cativa de um chão sebento

Pelos passos apressados com que transponho
Degraus imaginados, são restolho sovado
Pelo burel do pintor que pinta em tom alheado

Uma aguarela cor de mel, Alentejo e o seu montado
Ensaiam passos de dança lá no céu azul cobalto
Eu sou o alarido nesta dança sem retiro.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo