Ao sol tórrido de Agosto um cão vadio se abeira
Ignoro enfastiada o seu andar pesado
O abanar de cauda num gesto faminto implorando
O quê? Atenção, comida, quem sabe tem sede
Cão vadio, não passa disso cogito enfastiada.
Dou dois passos em frente mas logo recuo
Afinal o cão é simpático, tem olhar doce
Estico a mão com a incerteza aflorando
Morde ou não morde questão pertinente
À minha mente dolente extenuada
Pelo sol de Agosto, os raios incidem no cão
De um castanho mel com o mel no jeito de olhar
Penso e no meu pensar se reflecte o reflexo
De uma alma com fome triste penar
Afinal já o vejo simpático dá que pensar
A primeira impressão pode ser teatro
Quase sempre encenado pelas evidências
De uma lida vasta de pertinências.
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