domingo, 14 de outubro de 2012

Calem-se




Calem-se os poetas esta tarde
As cordas das guitarras, concertinas
Crianças não estremeçam
Velhos adormeçam
Calem-se as folhas da árvore
Os rios os pássaros de penas finas

Cala-te povo do meu país
A hora é de espera
Tu sabes e eu sempre quis
Que a erva floresça na primavera
Cala-te povo meu irmão
Descansa por breves instantes
O amanhã está em ebolição
Nada será como dantes
 
Calem-se nesta tarde que é de espera
Ao longe o esqueleto se levanta
Resguardem forças e vontade
Amanhã seremos alavanca

Calem-se não acordem os mortos
Porque morreriam de vergonha
Amanhã sobrevoarão os corvos
A carniça de um governo a peçonha.

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