Despe os preconceitos até os pudores
Razão de negar a clareza que os gestos nomeiam
Nos olhares aguados as emoções esperneiam
Em gestos requintados denunciam-se actores
São sempre os lábios que dizem não, impostores
Quanto é péssimo o papel que representam
Se os olhos pesquisam e sempre contestam
Cada negação enfraquecida pelas dores
Que transparecem no branco da retina
Ao virar da esquina no vulto que vislumbra
O teu andar apressado não atina, fico muda
No barulho atroador das palavras que atiço
Recatos desaparecem na penumbra
Mortiça de um bom dia airoso e atiradiço
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