O ápice não sabe de mim no meio da algazarra
Estou assim num impasse
Num gueto de terceiro mundo, inerte
Para logo me sentir empolgada
Olhando a minha cara acabei por sorrir
Para o espelho embaciado´
Correram as horas sem ouvir o som
Do relógio carcomido pelo passar
Das ideias apressadas esperando cativar
Almas cansadas, iguais no sentir
Sombras vadias e versos a advir
Também me ocorreu um sabor a tédio
Na nuca de uma criança
Que sonhando acredita na poesia
Desinteressadamente folheia um livro
Esperando encontrar a fasquia
Neste inverno em que a cal se solta
Pelas paredes rachadas
Inventam os poetas estrofes em letra torta
Esperam os leitores flechas
Que rasguem a memória e o nevoeiro
Implementado pelo desaire em solo pioneiro
Finalmente a luz do dia
É tempo da poesia
Ser pilar contra a incúria.
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