O meu país espera. Enlaçados à dúvida desesperam os vivos.
Deixam tudo e partem além-fronteiras
Os mortos revoltosos abatem, foram tantos em fileiras
Sucumbiram os vivos ao capital, não há início sem termo
Crucial a crise e a
fome em Portugal.
Deparo-me com a incógnita, mais uma greve geral
Afasta-se o tempo proveitoso e eles não entendem
Por mais que seja odioso, alternativas onde estão.
Digam os vivos que sou cruel, os mortos que sou utópica
Digam as evidências que me acenam nos rostos cadavéricos
Nas máscaras de cera dos políticos, alternativas não há.
Apontem dirigentes a guilhotina à agonia. Alternativas não há.
Precisa nascer uma nova geração, abre as entranhas mulher
Clamem os homens no
coito da esperança, gerem herdeiros sem amarras
Então, descansem os mortos e os vivos, Portugal fugirá das
garras
Rumo à liberdade.
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