quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Asfixia...

Na volúpia desgrenhada
Mente amorfa asfixiada
Pelos prazeres carnais
Que recolhe em bilhetes postais

Nas roupas que arranca
Como quem espeta tranca
No inferno evasivo
De sexo corrosivo

Lambuza a alma e o crer
Coage ao prazer
Amarfanha cada pedaço de pele
Que amassa em beijos de fel

Escorre por entre as pernas
Tremulas abertas em angustias
No debate a exaustão
Que cai submissa ao chão

Um soalho negro e podre
Num minuto quase explode
Deixa de ver e de ouvir
Reza baixinho a pedir

Sacia-te fera medonha
Que te escorra a peçonha
Para que possa fugir
Esquecer e ver ruir

A contemplação abrupta
Sexo de macaco bruto
Homem nauseabundo
Animal violento

Ela caminha meio morta
Foge por qualquer porta
Mas apontam-lhe o dedo
Olham-na tal um brinquedo…

Mulher da esquina, ou de casa
Vitima, animal sem asa
Senhora de bem, esposa
Ou mulher da rua leprosa

São vitimas em desvantagem
Do sexo, da libertinagem
Mentes que escorrem a libido
Em ódio húmido, desmedido


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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo