terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Clandestinos


Uma casca de noz baloiça nas águas frias
Leva no centro uma saudade de prata
Como velas a esperança mão-cheia  de mágoas
E os homens jazem no fundo que mata

Uma casca de noz que se transforma em adagas
Sempre que o mar revolto sacode a fragata
E os corpos jazem p`lo chão, agregado em agruras
Almas cansadas, olhos ao céu e a chuva em cascata

Sem pena ou omissão numa fúria sem perdão
Fustiga os corpos tremendo de frio, o vazio
Afunda a alma que entretanto perdeu o brio

Dos poucos que chegam a uma Europa em trapos
São recambiados e os sonhos em farrapos
Afogam-se na praia sem dó nem compaixão.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo