Um vulto apressado no corredor do tempo
As aves dizem-lhe adeus, ela nem repara
Disfarçasse ele uma sonolenta nostalgia
E o tempo certamente ainda lhe sorriria
O Natal chegou e ela nem se atreve
A olhar o tempo de um ano que finou
Olhe que agora o dia mingou
E ele sabe que ela não parou
Tem muitos anos e rugas na cara
Os natais já nada lhe dizem
Muito menos as aves que ainda predizem
Alguns dias de sol que ainda condizem
Com o brilho no olhar e um ar astuto
Quando a olha com olhar certeiro
Menina porque corre o dia inteiro
Faça como eu sou velho e matreiro.
E lá volta ela à sua correria
E lá vai ele sentar-se no banco
Ela corre apressada sem ligar ao espanto
Com que ele a olha escondendo o pranto
Os pombos que saltam de banco em banco
Parece que predizem a quadra festiva
Será que reparam nesta estranha lida
Um dia de Inverno a juventude e o fim da vida.
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