Hoje não saio da cama
Não lavo a cara muito menos vou rir
Porque hoje é um dia como milhentos
De uma vida sem metas a provir
Hoje definharei na fome de esperança
Ordenarei ao cão e ao gato sossego
O sol que não se atreva a entrar pela frincha
Da janela há muito trancada
A sete chaves da rotura anunciada
Pelas palavras em pedra arremessada
Não me incomodem, deixem contudo mensagem
Escrita a barro de preferência
Quem sabe amanhã moldarei o barro
Com as mãos nuas esculpirei um homem nu
E depois…
Depois, numa manhã qualquer as andorinhas farão nele o ninho.
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