Sabem porquê
Porque hoje não tenho palavra que corra solta
Tenho um nó na garganta que me tira o pio
A vizinha à pouco disse: Deve ser do frio
Encolhi os ombros, dei meia volta ligeira
Sentei-me então no portal da porta
À espera de quem passasse
Por mais de meia hora a rua vazia
Até que um velho se assomasse
Trazia nas costas o peso do mundo
No olhar a desilusão
Contudo deitou-me um olhar sisudo
Como se me desse um empurrão
Rapariga faz-te à vida, o que esperas
Olha que o tempo vai de fugida
Só atraias uns tantos vencidos
Nem sequer parou para me dizer bom dia
Lá foi rua abaixo, foi-se a companhia
Hoje versos não escrevo
Não me apetece, ai mas que enredo.
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