Por vezes carrego os pecados do mundo
É como se pedras me pesassem nas costas
Arremessadas sem cuidado, contudo
Rolam ligeiras, sobem-me aos ombros como encostas
Por onde espalho com espalhafato mil razões
Dizem que sou doida, ou então maléfica
Outras vezes encolhem os ombros
Como se não existisse, eu pecadora me confesso
Não tenho pachorra para meia palavra
As palavras têm que ser claras e se deixarem escombros
Então que não se percam dias a remendá-las
Sabem que mais que seria do mundo sem doidos
Que seria do dia sem vento, após a calmaria
Que seria da noite sem dia e das semanas sem meses
Sabem que mais, que seria de mim às vezes
Quando carrego nas costas os pecados do mundo
E os descarrego aos pés como se fossem pedras.
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