(´Serei tudo
o que disserem´´ Ary dos Santos.)
Um dia disse
o poeta
Serei vadio
proxeneta
De palavras
soltas no vento
Mendigo sem
ter guarida
Contudo não
terei medo
se um dia
morrer sozinho
porque vesti
a verdade
Esta pode
nascer de um parto sereno
pode contudo
parir até um certo veneno
cheirar a
leiga vaidade, a pequenez no diálogo
afogar-se
nas barrelas de outras tantas sombras
as que
circundam o dia e á noite amedrontam
são sombras
de almas sozinhas perdidas em lago de
sal
das vitimas
que surripiam sem ecos ou vendaval
serei tudo o
que quiserem
poeta de
pouca monta
contudo meus
versos riem
de uns
tantos expostos na montra
da feira que
é a vaidade
a vaidade em
ser um tudo
que se
desfaz na ansiedade
de quem se
perdeu contudo
um dia sem
perceber
não deixará
nada atrás
e a sorte
expirou mordaz
Serei tudo o
que quiserem
Menos poeta
mudo
O condão que
deus doou
Não é meu e
contudo
O que
quiserem eu sou…
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