Despeço-me
da cena pela vez infinita
Nas costas o
peso como abanão
Só que agora
não pressinto apreensão
Vou ao
encontro do acaso de alma faminta
A meu lado
viaja a saudade
Do que
poderia ter sido
Viaja também
a verdade que me faz tão sozinha
Moinha ou
calcanhar de Aquiles de um tempo que não é meu
Na bagagem
um rio de esperança, ao olhar o céu
Que encontre
bonança, que as escolhas do vento lhe tragam as vestes
Que almeja
vestir, sou filha das pedras nada por madrinha
Que o sol
abra as portas ao vento, brilhe ao amanhecer
Que a mim me
traga no desconhecido o saber viver
E acima de
tudo que o acaso me veja mulher.
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