sexta-feira, 22 de julho de 2011

Palavras banais

Fala que me amas
Na inquietação das palavras
Nos desencontros sem horas marcadas
A neblina dos dias confunde-se com o céu
Aos poucos desnuda o véu
 Fala
Das coisas banais, em vidas banais
Não tentes nem penses disfarçar a bruma
Que te adivinho nas horas marcadas
Sabes
Se  te decifro em horas desencontradas
Agouro o oásis nas horas encostadas
Ao sul

Fala que me queres na inquietação do olhar
Não tenhas receio das palavras banais
Aquelas que se dizem quando se quer
Fala que a banalidade também é poesia
Falar de amor faz avançar o dia
A noite se prolongará em palavras banais
Mesmo que a agitação traga vendavais
Ao sul

Os poetas caminham descalços
Repartem grãos de areia sem embaraços
Falam de amor em palavras iguais

Não castram a liberdade
Como os demais
Ao sul a terra é árida
O Inverno refloresce na Primavera
Perdem-se os poetas sem idade
Errando pelo infinito
Que transporta o amor em frases banais
Ao sul os poetas encontram-se
 Redescobrem madrigais


Sem comentários:

Enviar um comentário

Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo