Se o papel
Fosse mata-borrão
Ensopasse as mazelas
Que a alma
Carrega em sobrecarga
Os dias
Seriam azuis
O céu tranquilo
O olhar
Abraçaria o desconhecido
Mas
Papel é só papel
De branco tingido
Ensopado em tinta azul
Tranquilo
Mais tarde descansa
Numa gaveta
Sombria
Onde a luz penetra
Pela frincha entreaberta
O papel
Continua azul
Tranquilamente frio
Igual ao meu coração
Escreve
Dias a fio
Enganando a solidão.
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