Olho os rostos e busco Fevereiro
Quando o sol acorda de um Inverno pesaroso
Adivinho nas rugas, algo desastroso
A vontade que se perde a cada dia
O noticiário da noite trouxe ventania
Políticos de merda, burocratas cangalheiros
Elevaram o país a indigente formigueiro
Nos olhos de quem passa sinto desapego
Tão próprio à fome no armário
No friso da boca um tom azulado
Adivinho então um ser tão cansado
Na manhã cinzenta em pleno Janeiro
Uma criança passa por mim
Lançou um sorriso, soberbo festim
Deu o alento de um tempo presenteiro
Amanhã quando o dia romper buscarei harmonia
Quem sabe consiga aprender tal criança
A sorrir pela manhã ter então ousadia
De olhar os olhos, ler enfim o sinal da esperança.
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