sábado, 13 de abril de 2013

Chisco de gente



Nem do medo agreste o meu peito geme
Sou metade de uma outra laranja
Na rebeldia que a morte teme
No meu xaile desfolho a franja

Na minha vida a porta cerrada
O breu do escuro tranca maldita
Não me impede, estou de abalada
Mais um dia que a luta dita

Já não abano ao passar dos anos
Há muito que deixei de ter
Esperança nos desenganos
Sou somente leveza e ser

Chisco de gente de uma terra em cacos
Sou alma vadia correndo ao vento
Alimento-me de secos nacos
Sem arreios no pensamento.



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