sábado, 13 de agosto de 2011

Avenidas...


Esfrego as mãos de contente
Afinal sou indulgente
Aconchego-me naquilo que me moí

No passo apressado das gentes comuns
Encontro o meu rumo
Nos pés inchados o balanço
Para mais um dia
As costas curvadas são velas
Os lábios gretados pelo vento
São alento
E a força do olhar que não acredita
É infernal

Incentivava a superar desilusões
Os encontrões que o caminho me oferece
São o combustível para a barcaça
As mãos calejadas são a hélice
Que incita ao navegar sobre as lágrimas
Das gentes comuns

No meu egoísmo esfrego as mãos
A cada novo poema que me cai aos pés
 Faço dele tapete do meu deleite

Mas…

Sou incapaz me desculpar perante as gentes
Cumpro um papel que não escolhi
Ao nascer e crescer no seu seio
Falo das suas bandeiras sem receio

Mas tenho tanta pena
que não sejamos um exercito a fazê-lo
As gentes há muito que teriam um rumo
E os corvos que sobrevoam avenidas
Seriam estátuas há muito banidas.

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