terça-feira, 4 de novembro de 2014

Procura… Prosa Poética

Tempos houve em que o ser tremia, ignóbil sensação de perca,
descabelada rebolava sobre mim mesma, ânsia incontrolável num labirinto.
Onde todos os sentidos mergulhavam no irrequieto que é ´´ não controlar``
as tuas ambições…
Tempos houve em que à tardinha, sentada na soleira da porta,
onde o alpendre assemelha regaço, chorava… a ausência!
Em momentos propícios ao receio de perder.
Hoje, às portas de um outono pardusco vejo o quanto errei.
Não se cativa melancolia que não nos pertença!
Muito menos é utopia a dor em espasmos.
E agora talvez interrogues as gotas de chuva, que trazem à terra vida nova.
Que é feito de mim, que é feito da tábua rasa onde pernoitastes…
Dir-te-á a morrinha outonal - Procura por ela nas esquinas, nos montes e nos pensamentos.
Procura mas não te percas, na perca do que nunca aconteceu-...

Foto de Alfredo Cunha.



  

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