terça-feira, 4 de novembro de 2014

Sombras… Prosa Poética.

 Como não… penso comigo enquanto procuro explicação para os medos,
para o teu olhar aguado, onde pernoitei em delírio.
Como não… Quão melindrosa é a razão. Sombras numa parede qualquer,
vestimenta de mulher. Exuberante saber, simples sentir…
Porque a simplicidade é gomo de tangerina saboreada com fervor,
é mel por entre os dedos, escorre vertiginosamente pela mente.
Eleva assim ao monte mais alto o amor!
E o medo… ai o medo de arriscar a ser feliz, atira contigo ao chão.
  -Como não?
Perguntam as vozes que te assombram no sono. E tu dormes,
aconchegado nas certezas, e as incertezas pairam no escuro.
Não te atrevas a respirar, a chamar, a sentir, o cheiro de Abril.
Não vá a sombra que espreita pela fechadura, acordar os mortos.
E nesse dia a Primavera chegará aos campos… Como não.
Penso comigo enquanto no meu receio os teus medos dançam em castigo.
 E o amor definha sem abrigo!


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