E agora
Pergunto tanta vez
Aquele negrume
Que me vai trazer
Fios de neve a desprender
Derretem-se mesmo sem lume
Partículas de insensatez
Que vem sem saber a hora
Perguntas sem ter resposta
Uma nuvem que assombra
A alma que entristece
Os dias que vão finando
Uma vontade sem tempo ou quando
Morre de velha, esquece
Como pode ser fresca a sombra
Ali, na ombreira da porta
E agora
Que é feito de mim
Por onde deixei ficar
Pedaços de maresia
Perdi-os num qualquer dia
Nas ondas rasas do mar
Lá onde não há fim
Em mais um verso que aflora
Aos teus olhos
Que pensarão
Ao ler palavras, nadas
Quem sabe, é vento suão
Que te dará forte abanão
Por entre as horas amargas
Aos teus olhos quero ser condão
Sem vara, desfolhando sonhos
E agora que vai ser de mim
Desfazendo nuvens de fumo
Será que chegarei por fim
Até ti como fio de prumo.
Pergunto tanta vez
Aquele negrume
Que me vai trazer
Fios de neve a desprender
Derretem-se mesmo sem lume
Partículas de insensatez
Que vem sem saber a hora
Perguntas sem ter resposta
Uma nuvem que assombra
A alma que entristece
Os dias que vão finando
Uma vontade sem tempo ou quando
Morre de velha, esquece
Como pode ser fresca a sombra
Ali, na ombreira da porta
E agora
Que é feito de mim
Por onde deixei ficar
Pedaços de maresia
Perdi-os num qualquer dia
Nas ondas rasas do mar
Lá onde não há fim
Em mais um verso que aflora
Aos teus olhos
Que pensarão
Ao ler palavras, nadas
Quem sabe, é vento suão
Que te dará forte abanão
Por entre as horas amargas
Aos teus olhos quero ser condão
Sem vara, desfolhando sonhos
E agora que vai ser de mim
Desfazendo nuvens de fumo
Será que chegarei por fim
Até ti como fio de prumo.
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