(Mote)
Caprichosa,
a minha Pena.
O meu jeito
de versejar.
Por vezes é
cantilena.
Enrola e até
sabe, amar.
Estranha
sina é ser poeta.
Penso comigo
em silêncio.
Ao escrever
chego a ter frio,
Sem que a
porta esteja aberta…
Muitas vezes
é soberba!
Ou então: modo
de vida.
Outras: estado
de alma.
Pois num verso,
embriagado,
está o ego,
inebriado.
Caprichosa,
a minha pena!
Martírio…. Por
dias a fio!
De olhos fixos
se mantém.
É de todos e
ninguém.
É água solta
no rio…
Sozinha …
até perde o brio.
Ao olhar…
olhos mortiços.
No regaço… leva
abraços.
A quem da
vida está cansado.
É altivez ou
simples fado:
O meu jeito
de versejar.
É mentira… ou
é verdade.
É loucura em
contramão.
Por vezes é
encontrão.
Noutras… Leviandade.
Juro… quase
sempre é vaidade!
Corre solta,
entre as veias.
Pode ser pernas
sem meias,
onde faltam
os sapatos.
Gritarias…
espalhafatos.
Por vezes é
cantilena!
Tudo isto
num poema:
Eu coloco a
meu prazer.
Versos… Eu
sei fazer:
Como quem
reza novena!
Sinto e
chego a ter pena…
Deste dom
que Deus me deu.
Pedinte…ou
camafeu.
Tosco altar,
idolatrado.
O meu cunho
é afiado.
Enrola e até
sabe, amar!
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