Olhas
embriagado o canteiro que ondula ao vento
Narinas
dilatadas, êxtase dos sentidos
Vermelho
rubro, amarelo, carmim, azul turquesa
Molhas
os lábios e sentes o sabor a framboesa
Embarcas
num gesto a colheita que te espera
Suavemente
Deslizas
a mão trémula pela orla do canteiro
Tocando
piano nas pétalas vermelhas
Que
o orvalho da manhã deixou vistosas
Pára, fixando a bela flor
Rubra,
pétala de seda que desliza docemente
E
cai a teus pés
Enleias
as mãos na delicadeza
Num
gesto dolente abeiraste dela
Os
teus lábios tocam o suave cetim
Por
fim num gesto morno
Colhes
uma a uma as flores
Desse
canteiro atrevido
Enroscaste
sobre ti mesmo
Acabaste
de colher um ramo de amores-perfeitos…
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