Esqueço da
terra por vezes
E a chuva me
traz a lembrança
Nos regueiros
da calçada cartazes
Prenúncio de
subtil mudança.
No calor da
terra eu desmaio
Num sonho
deitado ao chão
Como a acidez
do limão
Esta
contenda (retraio.)
Brincadeira
de catraio
Se assemelha
a confusão,
No tempo a
mutação
Corrupio lá
no alto,
Ignóbil
aparato.
Esqueço da
terra por vezes.
Vejam bem o
esquecimento
Tão próprio da
alma humana,
Criatura ´´apraz``
insana
Sentimento ciumento.
Na incerteza
nascimento
O vento
arrepia caminho,
À terra
gretada um espinho…
De um tempo
que já não é,
No céu estrondoso
banzé.
E a chuva me
traz a lembrança.
- Olha o Outono
acolá.
Virar de
esquina perfeito.
Esvai-se o
verão contrafeito
Nos corpos
ao deus dará.
A chuva cumprimenta
– olá-
Para de
seguida fugir.
Mês de Setembro
a carpir
No restolho
a morrinha,
Da brandura à
noitinha.
Nos regueiros
da calçada cartazes!
Ligeiro
aviso a Inverno
Que em Dezembro
comanda.
O que o Outono
em demanda,
Com o sol
quente fraterno
Trata de
manter eterno,
No eixo que lidera
a vida!
Ano após ano
erguida
A força da
natureza,
Alheia ao
homem, pureza.
Prenúncio de
subtil mudança!
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