A vida entrega
espinhos aos Poetas
Quem disser
o contrário é porque mente.
São marioneta
mais ou menos consciente
Vejam bem,
até podem ser estafetas.
Podem gritar
amor ao afundar em rancor.
Dançar ao
luar com vontade de chorar,
São fuinhas,
trapaceiros no ringue a deslizar.
Levam às
letras o peito em dor…
É ver os de
outrora, com eles aprender,
O que é ser
poeta…
Com Camões o
mundo a desbravar,
Com Florbela
o despeito no amar…
Com Bocage
escárnio e maldizer,
Mas também
sonetos de morrer.
Com Pessoa,
o pai do realismo,
Em tantas
caras sem grande fatalismo.
E a Cecília,
de palavras ternas,
Às vezes
adagas com asas.
Tenho que falar
de Aleixo,
Poesia em
pau de Freixo…
Despida de
salamaleques!
Maria
Alberta Meneres, criança equilibrada.
E de António
Gedeão em Lágrimas de Preta.
Mas incute-me
esta raiva a falar de Ary
´´
Malabarista, Cabrão, Poeta Castrado Não.``
Como vêem é fácil
falar de poesia.
É deserto e
ventania!
Ou então criança
na rua despida.
Mendigo,
gaiato, corcunda!
Desde que
não seja surda, nem muda.
´´Ser poeta
é ser mais alto como quem beija``
É ser autêntico,
e sobretudo,
No traço
adivinhar o seu cunho…
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