Deixa as tuas
dores de lado, falou o vento!
Não queiras
saber de amores, gritou o sol!
Compõe em seara
alheia, numa vertigem alento.
Semeia em
terra estéril esperança como lençol.
Deixa as
tuas dores de lado. São débil argumento,
às mentes na
distância. Não podem ser paiol,
não devem
ser… Conduz o pensamento
pela campina
em flor… Nascerá um girassol.
Numa rima
incompleta leva uma certeza,
a Primavera não
nasce em Abril.
Ai poeta de
coisa alguma, destino vil.
Olha ao
longe o sereno, onde reina estranheza,
correnteza
azulada nos olhos de alguém…
Olha… Mesmo o
alarde fica sempre aquém.
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