Preciso de amor
no ausente amarelado
de um gesto.
Gélido, que passa sem marca,
onde o meu crer
desnutrido e tão fraco
é covil de
tristeza, a que sei retalhada.
Num tempo que
se foi. Quem fui, quem sou…
Sombra invisível
a quem passa apressado.
Tormenta, ou
povo sem destino traçado.
Tenho somente
o fim no amanhã anunciado…
Restou o passeio
despido e gelado!
Ah… Como queria
voltar atrás, menina e moça.
Faria tudo ao
contrário, ou talvez não.
Sou nada mais
que o fruto da revolução!
Choveram cravos
vermelhos nos meus olhos,
papoilas esvoaçaram
nos coitos desejados…
Construí um
país melhor… Nos olhos de uma pomba
voaram tempestades,
que retornaram na velhice!
E eu,
perdida, mendiga, sem tecto ou eira,
sou os
cadilhos soltos de uma bandeira.
Foto: Alfredo Cunha.
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