Quisera o
poema esquecer o mundo
E todos os versos
seriam soterrados
Em quimeras
cor-de-rosa.
Quisera eu
ser cega, e muda porque não.
Voar como as
borboletas, ao fim de horas o chão…
Quisera ser
água barrenta, moinho sem mós e sem vento.
Bailarina
sem orquestra, criança de olhar crédulo.
Quisera o
poema esquecer o mundo
Sentado numa
poltrona.
Ou não fosse
mendigo e desnudo
Que de pés
no chão derrama.
Sangue… numa
valeta qualquer.
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