Tenho frio…
E as pontas
dos dedos enfriadas, lastimam,
com elas as
costelas reclamam,
os dedos dos
pés… É melhor não falar.
O queixo,
esse treme arrefecido
por um vento
de cortar.
Tenho frio…
O que vinha
mesmo a calhar.
Um copito de
ginja para o gelo enxotar,
ou uma boa
lareira de tronco de azinho,
uma castanha
assada, ou um chá de cidreira,
uma escalfeta,
ou um vira dançar.
Mas, com os
pés a tiritar, como virar…
O madeiro de
azinho quando em cinza ficar.
E a mão sem
atinar, o copo de ginja entornar…
Mas como,
uma escalfeta, onde a vou encontrar?
E de
castanhas assadas, nem cheiro no ar.
O chá de
cidreira, não me apetece ir comprar.
Tenho frio…
Por isso vou
hibernar.
Ou o queixo
coitado acabará por cair,
ao oscilar
sem nunca parar.
As costelas,
essas, rangem de tanto rir,
com o que à
mente me acabou de saltar.
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