Felizes os
pombos na praça
Numa dança
sem igual
Cheios de
vida e de graça
Alheios a vendaval.
Voa, voa,
pombo belo
De um
cinzento tão brilhante
Teu olhar é
cativante
Ar sereno e
singelo
Voa, voa,
pombo belo
Leva nas
asas plangor
Que trago no
meio da dor
De um povo
de rosto amargo.
Voando soltos
no largo
Felizes dos
pombos na praça.
Alegria das
crianças
Em alegre
brincadeira
Alheias a
canseira
Descomplicam
as andanças
Ensaiando
contradanças
Querem os
pombos tocar.
Nesse baile
vem entrar
Com elas de
riso solto
Passo certo
desenvolto
Numa dança
sem igual.
Volta ao tempo
da romã
Das nozes e
das amêndoas
Aos cortiços
das abelhas
À pesca do
achigã
À capa de
fofa lã.
Com os
pombos e as crianças
Entra já, sem
reticências
Com vontade leve
e sã
Os pombos
pela manhã
Cheios de
vida e de graça.
Voam em círculo
fechado
Outras vezes
mais aberto
Junto às
nuvens ou mais perto
Sobrevoam o
telhado.
Fico de olhar
abismado
Pelo voo
engalanado
Pelo riso
adocicado
De sangue
novo na guelra.
À solidão
fazem guerra
Alheios a vendaval.
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