O porquê da chuva
em pleno Junho
Do frio que
não vai embora.
O porquê de
estar, como sinto agora
Mesmo com
nuvens o sereno assoma
Desfaz em partículas
uma redoma de aço
A que visto
para o dia, em cada gesto, cada passo.
O testemunho
das nuvens que vão passando
Escrevem no
céu cinzento em letra miudinha
Uma mensagem
legível
Nas linhas
bordadas a vento posso ler uma adivinha
Uma canção
de amor, aprazível.
As malandras
das andorinhas que chilreiam em barafunda
Juntam-se às
nuvens e trespassam os telhados,
Vila Viçosa branquinha,
reino de sonhos engalanados.
O sereno das
calçadas, dos rostos de gente simples,
Faz desta
terra o seio de outras eras e reinados.
E eu
questiono o porquê da chuva em pleno Junho
Pobre tola
que me perco em escaparate irrisório
Nem percebo
que a paz no vermelho dos telhados.
É sinal de
que a vida mesmo que seja enguiçada
É para ser
vivida, ser pesada e medida
Ao nascer o
traçado, o que é nosso está guardado
E que o
vento ao escrever, simplesmente quer dizer
Alentejo nosso
fado.
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