Ao ver os
namorados ao final da tarde
Dou por mim
a pensar
Porque será
que perdemos na mocidade
A capacidade
de sonhar.
Se o sonho
comanda a vida
E assim é
que eu sei
Porque a
vida é tingida
Por aquilo e
por d’El-Rei
Ai que
saudades eu tenho
De viver só
por viver
De brincar e
de correr
De acreditar
piamente
Saudade de
tanta gente
Que cruzou o
meu caminho
Até do
remoinho
Que o vento
fazia no monte
Saudade da
água fresca na fonte.
Mas o que
mais me mói
E às vezes
até corrói
O meu
coração cansado
Saudade de
um beijo dado
Como se não
houvera amanhã
Do vermelho
da romã
Friozinho no
inverno.
Por cobertor
o inferno
Da vida em
correria
Canseira e
mais canseira
Vil e
traiçoeira.
Que nos
rouba a capacidade de sonhar.
Ao ver os
namorados ao final de tarde
A saudade
quis entrar
Pé ante pé,
sem alarde
Fechei os
olhos e dei por mim a pensar
Porque não
fiquei lá atrás
Porque
crescemos nós
Maldito
tempo que trás
Moinhos de
toscas Mós.
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