Tenho longas
conversas com o silêncio
A solidão
senta-se à mesa também
Questiono os
dois e mais me convenço
Sou ave
liberta que não é de ninguém
Nestas conversas
o monólogo impera
Ambos anuem
e me dizem que sim
Serei eu que
a sorte governa
Ou serás tu
que assim te convém
Maldita palavra
faca que corta
Que se crava
no peito com tal precisão
Derruba a
sombra que me bate à porta
E trás ao
papel a estranha paixão
Que nutro
nas horas sem sinal de vida
Nada acontece
no leito vazio
Apenas a
luta renhida
Comigo mesma
por dias a fio.
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