Deixa que adormeça na terra árida.
Que o tojo seja o cobertor dos dias
frios.
A aurora seja o sinal que a alma
aguarda.
E o vento o companheiro nos baixios.
Deixa… já que a vida é curta e ávida.
Na aridez quase nunca faltam estios.
Não sei se é de mim ou da jornada.
Invento salgueiros, invento os rios!...
Mas a água é salobra, não mata a sede.
Aquela que trouxe ao nascer… Ai de
mim!...
Invento as margaridas sem ter jardim.
Deixa que adormeça… começa assim…
A cantilena que a ninguém convence.
Enquanto o relógio anuncia… E já anoitece!
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