segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Sóbria esperança...

Desenha (se) Ilusão, num acto de amor maior.
Desengano então seria, ou incerta valentia.
De lés a lés a revolta… inunda a noite o clamor…
Parcas horas, sonho altivo… Pelo contrário, agonia!

No traço letra a letra, quimeras em ré menor.
Dormiria ao relento Mas que fraca ventania!
Este meu acto inglório, suspenso por frouxa cor.
Até sacode os sentidos enquanto não surge o dia…

Em que todas as palavras são nuvem aventureira.
Ambição passageira de pobre crente imperfeita.
Até sabendo que a dor, sempre… Erguerá barreira!

Nem assim a ilusão se transforma em bandeira.
É a minha alma vadia, frugal e se completa…
Em sóbria esperança… Pois é a Terra quem gira!


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Curva...

Estou perdida!
Presa; no que teima em ficar.
E no futuro por desbravar.
O presente é água fria!
Uma lagoa quase vazia.
Ao leito inóspito…pouco restou!
Floco de neve, vagueando sem destino…
Na demora da estrela, prometida.

E tu… que me olhas à distância:
Será que me vês, surreal?
Ou aos teus olhos serei apenas, areal?
Muita uva e pouca parra;
muito vento e pouca chuva;
sombra sem sol que lhe valha.
Repara, mesmo perdida…
Não temo… aquela curva.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O sol do teu olhar…

Fugaz!
És tu… Meu amor a inventar, estrela da manhã.
Labirinto, onde os sentidos se perdem.
Olhos de terra, bagos de romã madura!
És tu!...

A sombra que procuro, quando ando por aí!...
O desejo de fazer, de ir além…
Onde o dia possa ter, significado.

Veloz…Sou eu… com as palavras!
Nuances esverdeadas, até a sombra.
Que segue empurrada; pelo sol do teu olhar…

Peço ao sonho, mesmo fugaz…
A promessa de comandar a alma.
Mesmo que o tempo passe de fugida…
Já que os teus olhos são pirilampos.
Nas noites sem luar!


Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo