domingo, 19 de junho de 2011

Ave liberta

Não tenho nada que valha a pena
Porque me indagam estes receios vadios
Vem à tardinha ás vezes de manhãzinha
Tão ocos e tão certeiros mesmo vazios

Quero tanta vez despir-me, banhar-me nos rios
Soltar amarras e partir sem norte ou sina
Seguir o vento enlear-me numa estrela, são fios
De cabelos brancos, vagabundos em travessia

Que venham os ventos, a morte que venha
Que traga a neve e com ela o gélido
Despertar para a sobrevivência inglória

Que tranquem as torres, se apartam vilões
Que o olhar cegue sem tempo nem hora tardia
Quero lá saber sou ave liberta alheia a grilhões

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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo