E se ao
invés dos corpos se despissem as dores,
no encrespar
que a sorte deixa ao passar.
Se os olhos
e os lábios vertessem cores,
e a pele
fosse vértice sem nunca naufragar.
E se a alma
que sussurra por activos amores,
desnudasse com
prazer na languidez do olhar.
A libido que
é caverna da mente dando ares,
Ao fazer sem
encantar. Apetece-me gritar!
Rasga a
roupa que trazes vestida, olha o tempo.
Arrepia caminho
por terra de ninguém.
Adentra em
mim mansamente ou o desalento,
que pressinto
na tua sina é atroz e é vaivém.
Marialva entre
sonhos à toa, e o medo…
É muralha onde
para sempre sou refém.
Primeiro poema de um ciclo dedicado ao erotismo.
Quando o mundo dá maior visibilidade ao supérfluo e sem sentido ao poeta pouco mais resta do que tentar redireccionar olhares.
A foto que acompanha este poema é uma entre milhares que circulam no Google, sobre o que se está a passar no Mediterrâneo.
Sem comentários:
Enviar um comentário