Porque se calaram as vozes
Que copiosamente assolaram
Os cansaços devassaram o olhar ...As ideias parece que hibernaram
Porque se dão nozes
A quem não tem dentes p`ra trincar
Por carreiros caminharam peregrinos
Que motivos os levaram a sondar
O fundo da existência inaudita
A pátria renegaram ao virar
A cabeça aos sonhos e destinos
De criança que olha a estrada e acredita
Ter nas mãos uma terra a desbravar
Os ventos ao sul eram velozes
Com o olhar a vida desbravaram
E agora que as costas já curvaram
Curvam-se os desejos de liberdades
Escondidos nas mentes, ansiedades
São o gritos mais ouvidos, um germinar
Que desponta numa manhã fria
Com as vozes de mil galos a cantar
Quem diria, quem diria que nascia
Esta vontade tresloucada de afirmar
Que o crer é relógio biológico
Pode estar cativo, até amordaçado
Mas um dia vira bicho enjaulado
Rebenta amarras com um vento ciclónico...
"Que o crer é relógio biológico
ResponderEliminarPode estar cativo, até amordaçado
Mas um dia vira bicho enjaulado
Rebenta amarras com um vento ciclónico..."
Obrigada por este teu trabalho, Antónia. Atrai-me! Toda a tua poesia tem este efeito.
Um beijinho matinal*
Manuela