Por vezes,
estou
cansada de mim.
Queria
calar, cegar,
olhar sem
ver, ouvir sem sentir,
andar, só
por andar.
Sim, estou
cansada de mim!
Se só olhasse
as borboletas
e descura-se
os casulos,
imaginaria a
utopia,
uma caixa de
pandora,
ou uma casca
de noz.
Se ao olhar
o céu
não ligasse
às nuvens,
imaginava que
o dia não tinha noite,
e as
crianças não tinham frio,
nem os
velhos fome.
Estou
cansada de mim.
Não queria
escrever versos!
Nunca quis
escrever versos.
Contentava-me
com meia dúzia de palavras,
sem estória,
ou significado.
Onde pernoitasse
quieta,
e o sonho
não tivesse espaço.
E ao mesmo
tempo sonhasse
com o possível
, pelo possível,
da resignação…
Estou
cansada de mim!
Dos moinhos
de vento:
dos quais
corro atrás.
Mas se assim
não fosse…
De que me
servia ter voz?
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