Procuro por entre balsas uma luz azulada.
Que traga na áurea uma cauda caída.
Um horizonte onde os mortos descansem,
em campa rasa, no coração dos vivos.
Procuro, mas não encontro!
Nem flores, nem picos, muito menos o dourado,
sem sombras…
Na impaciência descubro o cerne,
de uma terra seca pelo vento suão.
O gretado das mãos é semelhante ao barro!
Enquanto procuro a perfeição.
Impulsionada: até pelos meus defeitos.
Sou poeta de beira de estrada.
Acredito no luar de Janeiro.
No calor de Agosto, no cair da parra,
em Setembro.
Sou poeta de beira de estrada,
e tenho medo.
Por isso: deixem que sonhe…
E que traga nas costas o peso da frieza.
Ou que traga no peito o calor dos gestos.
Deixem que sonhe com o país real,
enquanto não morro.
Deixem que grite, ou que chore.
Se não virarmos as costas ao marasmo,
não sairemos do lugar.
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