Por onde
passo repousam feitiços
Momentos
esquecidos na orla da vida
Instantes
marcados a tinta-da-china
Aba de
capote em corpo roliço
Por onde
passa o olhar esgueira
Nas aldrabas
de bronze auguro soleira
Por onde
passo não sei de ninguém
Daqui ou
dali não sei, vejam bem
Contudo os
meus passos percorrem ligeiros
Pelas ruelas
não se sentem estrangeiros
No paraíso
que um dia nasceu
Aos olhos de
um rei que assim prometeu
Que sejas
mais bela entre todas as belas
Vila Viçosa
de palácio e capelas
Que sejas
menina namoradeira
Semblante de
oiro antes da fronteira
Por onde passo recantos com história
Terra de
Florbela a sua memória
Por onde
passo decido voltar
Uma porta
aberta convida a entrar.
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