segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Ninguém...

São frios os caminhos ou sou eu que tenho frio.
Também não sei quem sou, ou para onde vou.
Quando olho para o céu, imagino, é um rio.
Abano a cabeça e digo: Mas que louca sou!

Perco tempo com aquilo que nem imagino.
Umas, não sei, outras, não vi, até que dia raiou.
Há aquelas; em que olho para mim e desatino.
É quando recorro ao céu em que o olhar poisou!

E se os rios fossem o espelho das almas vadias.
E o céu fosse o abraço que se perdeu além.
O pior é que as nuvens são cisternas vazias!

Começo a pensar que me encontro refém.
Dos meus pensamentos. Podem ser orgias!
Se até neste mar de palavras: sou ninguém!


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