Embalada no murmúrio que vem de
fora,
olho os telhados e sorrio.
Ouço as crianças que riem,
ao som das conversas nos bancos
da praça.
Enquanto o silêncio pesa cá
dentro.
Até o cão adormeceu faz tempo!
Como eu queria dormir, dormir só
por dormir.
Deixar de pensar em ti, mas no vento
a recordação:
quem fomos afinal, se não houve
tempo,
Esgotou-se numa noite de luar!
Sentada à janela redescubro nos
telhados
o som da tua voz, os teus passos
desencontrados, será propício o
vento?
Serei eu a debanda, a poesia a
razão.
Ou então serei uma alma penada,
feliz na solidão.
Cessou o murmúrio da praça, tudo
dorme por fim!
Porque me assola a saudade, que
quer de mim?
Se todas as pegadas no chão, são graffiti
de um negro brilhante. E o teu
rosto
o mural da minha reminiscência.
Sem comentários:
Enviar um comentário