Quando não há nada para dizer:
porque se cala o dizer que vai no
coração…
E falar só por falar tem o peso
da obrigação!
São todas as palavras de amor
desditas!
Num coração retalhado pela
incerteza,
todos os vocábulos setas
imperfeitas.
Jamais tocarão o céu num cometa,
e os sonhos fenecem lentamente!
Até ao dia do juízo final.
- Porque se atreve a mente a
negar evidencias?
- Porque se atrevem os homens a
fingir? Pertinências!
- Porque me atrevo a aguçar?
Triste garina perdida, num riacho
o naufragar,
dos meus sonhos… Dia a dia o
despontar
em letras de triste estória,
estranho mendigar!
Eu, poeta louco me confesso à
revelia do crer.
Se um dia escrever em bolas de
sabão,
a secura de uma mente deslavada:
morri sem dar por isso, e o meu
ser
vagueia aos olhos de quem me
saiba ver.
Serei então poeta no sentido da
palavra!
Vadiando nas ruelas da imaginação…
E na tua voz sem nada por dizer,
serei somente a solidão!
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