Dependurados
num beiral, os sonhos
aguardam que
as aguas de outono
lavem as
paredes, que albergam a esperança.
De quando em
quando, atrevem-se
nos espinhos
de uma roseira!
Nas fissuras
das paredes os ecos de um dia:
em que o
corpo adormece,
Tu e eu, eu
e tu, a folhagem verde,
por onde os
espinhos aguardam…
Todas as
ambições por criar.
Criar! Fome
de criar o vendaval dos dias…
Eu e tu, a
prova circunscrita ao instante,
a foice que
ceifa o que resta do tempo,
a inercia, a
nudez.
Eu e tu, pingos
de sangue à mercê dos espinhos;
só a roseira
aguarda, e como sempre vai florir!
Mais que não
seja numa valeta da estrada,
por onde nos
perdemos ocultando:
que o sonho
pode sempre florir.
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