domingo, 18 de outubro de 2015

Sina...

Desnuda-se a vontade sem toque na mão.
Sem brilho nos olhos, ou cante na voz.
Descai das nuvens que circundam o chão,
Rolam nas calçadas como cascas de noz!

Levadas pelo vento. Solta-se da voz atroz
uma saudade imparcial, enquanto a mão
ensaia o adeus. Adeus, num riacho sem foz!
Que inunda tão estranho coração.

Por onde andas? Sonho arredio e passageiro.
Preso ao beiral num sentir fugidio.
Por onde andas? Sorte minha, amor inteiro.

Quem sabe encostado a uma esquina,
onde os telhados são o único abrigo;
Jamais saberei… Se pairas na escolha de fria sina.





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Palavras ao Vento Suão, Antónia Ruivo